quarta-feira, 12 de maio de 2010

Momentum

Na física, algumas vezes, para termos uma noção exata do que está acontecendo com uma partícula, precisamos definir seu “momentum”. Só assim, teremos os dados necessários para saber qual o comportamento desta partícula naquele instante.
Este conceito de momentum pode parecer restrito ao mundo dos laboratórios e salas de aula, contudo, sua aplicabilidade é muito mais extensa do que se parece e ainda, vai além das fronteiras da física, para se aplicar à realidade pessoal de cada um de nós. Na análise dos porquês, remontando às causas de comportamentos, gostos pessoais, inclinações e tendências até mesmo transtornos, sofrimentos, etc, vamos encontrar toda uma história pessoal, uma trajetória de vida desde a infância(e porque não antes dela?!), que leva o indivíduo aos padrões atuais, ou seja, ao seu modo de ser, que são os efeitos da sua própria história. Os elementos que participaram da formação deste indivíduo colaboraram de forma positiva ou negativa no seu estado atual de ser e se comportar. Mas este estado atual, não é definitivo, felizmente! Os processos de formação da personalidade nunca cessam. Os elementos do cotidiano trabalham incessantemente para mudar o indivíduo, lentamente, mas de forma constante. O aprendizado, espontâneo ou movido pela necessidade, muda lentamente os procederes, os comportamentos do indivíduo. A isso, chamamos de amadurecimento. Bom, felizmente, o ser humano nunca está pronto, necessitando sempre de buscar algo ou vencer alguma dificuldade, o que faz da busca de estar bem uma constante marcha. Desta forma, o indivíduo é hoje, mais do que foi ontem e ainda, um fragmento daquilo que será amanhã! É o seu momentum! Amanhã, tendo agregado à sua personalidade os valores de hoje, seu momentum será outro. Valores terão mudado, necessidades terão sido algumas atendidas e outras descartadas(por não serem tão necessárias assim...). O processo da construção do EU é dinâmico. É a história construída por cada individuo, que define hoje, seu momentum e, definirá amanhã, seu momentum e daí por diante!




As fotos são, de cima para baixo: Momentum do movimento angular e Ilustração da construção da mente humana.

sábado, 1 de maio de 2010

Estranhezas...


Que estranho... Quem nunca se deparou com alguma situação em que tenha declarado com espanto: que estranho! Ou ainda: que diferente! A bem da verdade, consideramos estranho e diferente tudo aquilo que diverge do nosso padrão de normalidade. Assim, qualquer circunstância, ser ou objeto que não se enquadre na nossa configuração de normalidade, é por nós tratado como estranho.

Mas então, o que seria essa tal normalidade? O conceito de normalidade está ligado à diversos fatores, que caminham do macro para o micro, por exemplo: o conceito caminha pela cultura de um povo, pela herança cultural familiar, pela educação que se recebe e mais tarde, com a formação do indivíduo e a manifestação de suas tendências, suas opções pessoais.

Para a medicina e a psicologia, é fato, que os conceitos ideais de normalidade são surreais, porque não haveria circunstância ser ou objeto que se enquadresse perfeitamente à ele. Desta forma a aplicação do conceito absoluto de normalidade é algo comprometido, porque desta forma, não haveria ser “normal”. A própria literatura faz referência a um evento deste porte, em O Alienista, quando o personagem Simão Bacamarte, médico, chega em uma cidade e acaba internando a todos, até sua esposa, por acreditá-la louca. Na verdade, aqueles “pacientes” de Simão Bacamarte eram pessoas “normais”, contudo, suas pequenas particularidades em nível de personalidade, foram enquadradas como “loucuras”.

Há ainda, repensando em nível de alguns ramos científicos, a estranheza em se observar planetas e questionar suas semelhanças e diferenças, dizer que é estranho por ser diferente, perguntar se há possibilidade de vida ali, ou ainda, como são estranhas algumas estruturas e comportamentos planetários! Estranho é não ver a matéria escura e ter convicção dos seus efeitos...

Mas pense bem, estranho mesmo, não é olhar pra fora, mas sim, estar de fora e olhar para dentro. Já pensou, como é estranho olhar um planeta modesto no sistema solar, com atmosfera gasosa, azul, cheio de água e chamá-lo de Terra? Como é estranho, mergulhar neste planeta e encontrar um ecossistema regulador de temperatura feito de água, que são os oceanos? Ainda mais estranho é encontrar um ser vivo, que não pertence a nenhum reino definido, como os vírus? O cúmulo da estranheza é encontrar o reino vegetal, verde de clorofila ou colorido de caroteno, que pega nitrogênio + água + luz e transforma isso em comida!!! Isso, sem dizer dos animais “irracionais”, que se adaptaram perfeitamente à 200 milhões de anos de história, sobreviveram a eras glaciais e acidentes geológicos de toda espécie...

Agora, nada mais diferente e estranho neste universo, que olhar um corpo de cerca de 100 trilhões de células que pensa! Que sente, que tem emoção... Que transmite ao outro suas convicções, cultura, etc. Que é capaz de mudar as estruturas a sua volta...

Isso seria o cúmulo das estranhezas ou, estranho mesmo seria não respeitar e admirar as diferenças?


As fotos são, de cima para baixo: Planeta Terra e a Lua e Célula Tronco.