domingo, 20 de dezembro de 2009

Comenius e a Web



Quem não olha para um livro e se pergunta logo: ”será que tem figuras?”. Esta curiosidade, que para muitos, pertence somente à mente infantil, retrata uma busca pela interatividade, onde um texto deve ser acompanhado de outros elementos que propiciem o bom entendimento e apreciação dos conteúdos ali tratados. A dualidade: estático e dinâmico e ainda, informação e arte, levam a um resultado chamado interatividade.

Jan Amos Comenius, nascido em 1592, na região correspondente à atual Republica Checa, é considerado o pai da Pedagogia Moderna, devido às suas propostas para uma nova prática e comportamento para o mundo da educação. Propostas estas, que estavam muito, mas muito à frente do seu tempo.

Já, naquela época, Comenius, antecedeu a busca pela interatividade, quando lança sua obra: “Orbis Sensualium Pictus”(Mundo sensível das imagens), que é um livro didático totalmente ilustrado, com o objetivo ensinar o aluno, através de imagens, todas as coisas existentes no mundo. É uma obra interativa, sob todos os aspectos, tanto nas ilustrações, que retratam situações cotidianas e outras que sugerem movimentos, quanto nos conceitos tratados, porque não há a necessidade de se ler o livro em sequência.

Nesse ultimo momento, temos mais um paradigma quebrado, que é a linearidade dos conteúdos. No ciberespaço(internet), ao se fazer uma busca de uma palavra qualquer, não há linearidade dos conteúdos, podendo-se buscar qualquer conteúdo a qualquer tempo. Agora, nesse momento da educação ciberconsciente, os conteúdos são publicados na grande rede de forma que possam ser entendidos sem grandes necessidades da leitura linear ou ainda, quando há a necessidade de pré-conhecimentos para o entendimento, os links presentes na Home Page já indicam ou sugerem os caminhos a serem seguidos para a busca daquilo que se necessita para o total entendimento.

O uso consciente da internet e a busca por criar materiais ciberdidáticos, são ferramentas indispensáveis à gestão do ensino. Até porque, a escola “briga” por espaço na mente da criança, competindo com a internet, TV, etc...

Comenius, sem dúvida, já tinha na mente, a noção de ciberespaço. Já havia criado os princípios que se concretizam hoje, na interatividade dos materiais didáticos e ciberdidáticos. E qual o limite do ciberespaço? Os limites da criatividade...


As fotos são, de cima para baixo: Livro Orbis Sensualium pictus e Ilustração do ciberespaço.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Prazo de Validade

Os produtos que consumimos, medicamentos, alimentos, etc, têm prazo de validade. Esse prazo, assegura que, dentro daquele espaço de tempo, o produto está apto ao consumo, por manter suas características sem se deteriorar, perder o efeito ou ainda, fazer mal. Bens de consumo também têm um fator que avalia a “validade” daquele apetrecho, é a sua vida útil. Um secador de cabelos, computador, automóvel...todos esses elementos têm uma vida útil, que, pode ser maior ou menor, do que aquela que foi preconizada pelo fabricante, dependendo do uso, consciente ou abusivo, que se faz daquele bem.
Até nosso corpo tem uma vida útil, que também vai variar, dependendo do uso que fazemos dele.
Contudo, há um elemento, que deveria ter um prazo de validade, um período que, após vencido, fosse necessário uma
reformulação ou um aporte de novos valores e conteúdos. Esses elementos são as idéias e os conceitos que fazemos das coisas.
Com a evolução natural das coisas, aquilo que é aceitável e que se pratica hoje, pode amanhã deixar de ser. Muitos conceitos que foram praticados a não muito tempo atrás, soam hoje como ridículos, ou ainda, alguns conceitos e práticas de um passado não muito distante são hoje imorais, inaceitáveis, como a escravidão.

Assim, quando um autor ou pesquisador apresenta um novo conceito é necessário que esse conjunto de conhecimentos permita um aporte de conteúdos, que poderão aumentar a solidez e a confiabilidade do trabalho ou ainda, mudar a visão que se tinha sobre o tal assunto.
Esta noção que evidencia a necessidade de revisão das idéias e conceitos, não aponta para uma falibilidade das realidades tratadas pela ciência, filosofia ou outras áreas do conhecimento humano, mas sim, mostra que o conhecimento humano cresce, os valores culturais e morais também e a visão que se tinha de uma determinada realidade se apura.
Nessa odisséia
cultural, conceitos sobre alguns aspectos da vida, se vão... e alguns já vão tarde... Alguns outros, sofrem modificações, melhorias e passamos a ter uma visão mais próxima de uma determinada realidade.
E por fim, alguns conceitos que tratam de realidades e verdades mais profundas, ficam cada vez mais ricos, sólidos e confiáveis, colaborando sempre mais para a melhoria da nossa qualidade de vida.

Se há um segredo no mundo da cultura, esse segredo é a renovação constante.

As fotos são, de cima para baixo: Recibo de Compra e Venda de escravos e A Lei Aurea.

domingo, 27 de setembro de 2009

Grandes barbudos da humanidade: Alfred Russel Wallace!


No dia 8 de janeiro do ano de 1823, nascia na cidade de Usk, no país da Gales, um grande naturalista, biólogo e antropólogo que o mundo viria a conhecer como Alfred Russel Wallace.

De início, apesar de ser filho de uma família de classe média, Wallace encontrou sérias dificuldades em estudar, porque sua família logo declinou economicamente e Wallace vê-se obrigado a ir morar e trabalhar com seu irmão mais velho, que atuava na construção civil.

A história mostra, e nem é nas entrelinhas, que as maiores figuras da humanidade, em seus diversos campos de atuação, enfrentaram grandes dificuldades em “freqüentar” escolas e academias. Teriam sido esses “protegidos” de um aporte de idéias preconcebidas e/ou uma educação castradora? Fica a pergunta para quem sabe, a própria história responder...

Mas o fato é que Alfred Russel Wallace não foi uma exceção neste aspecto. Contudo, Wallace foi influenciado, através da leitura de outros pesquisadores a naturalistas, como Alexander Von Humboldt, Willian Henry e Charles Darwin a viajar para coletar e catalogar espécies. Era relativamente comum, homens que coletavam espécies para vender a escolas, institutos ou curiosos.

Viajou ao Brasil, a bordo do “barquinho” Mischief, tento realizado pesquisas na Amazônia, Rio Negro e Belém do Pará. Depois que quase 1 ano em terras brasileiras, voltou à Europa, mas, o futuro guardava-lhe surpresas, que de fato, mudariam muitas coisas no futuro da sua obra! O barco em que ele estava incendiou e, Wallace e outros, se viram logo num bote, por dias, até serem resgatados. Praticamente tudo foi perdido naquele incêndio, menos partes de seu diário, com anotações importantes e alguns poucos espécimes.

Chegando na Europa, Wallace escreve os relatos daquela viagem e pesquisa; programa logo, outras viagens exploratórias, contudo, seu principal objetivo agora é a pesquisa sobre a origem do homem e a seleção natural das espécies.

Relatos históricos mostram que Alfred Russel Wallace tinha uma teoria sobre a evolução das espécies pronta antes daquela divulgada por Charles Darwin, mas este, ao saber da teoria de Wallace, publica logo a sua, antes que Wallace o fizesse.

Hoje, já é reconhecida a teoria de Wallace, tanto que, nos compêndios modernos, estuda-se a teoria da evolução das espécies de Darwin-Wallace, em reconhecimento a esse pesquisador.

Contudo, ainda falta uma questão a ser citada, que é em torno da religiosidade de Wallace. Alfred Russel Wallace era espiritualista e afirmava que a seleção natural das espécies não poderia explicar algumas faculdades humanas, como o gênio matemático ou artístico ou ainda, a capacidade que tem o homem de contemplar o belo.

Wallace ainda vai alem, dizendo que acreditava no “mundo invisível dos espíritos” e a intervenção deles no nosso mundo em pelo menos 3 momentos da humanidade: na criação da vida a partir da matéria inorgânica; na inteligência dos animais superiores e na geração das faculdades diferenciadas do espírito humano.

O trabalho de Alfred Russel Wallace propõe reflexões que merecem nossa apreciação. Reflexões que nos remetem não somente às origens da espécie humana, mas também e sobretudo ao objetivo dessa espécie, visto que, fica evidenciado em diversos caracteres especiais desta espécie, a quase inimaginável capacidade humana.


As fotos são, de cima para baixo: Alfred Russel Wallace e o livro: Seleção Natural, de Alfred Russel Wallace.

sábado, 12 de setembro de 2009

Repensando as relações de medicina e saúde.

Uma interessante forma de repensar um aspecto importante da vida é realizado pela homeopatia, que traz uma visão bastante diferente a respeito da velha e antiga medicina alopática. Desde o seu princípio, com Hipócrates, a alopatia receita medicamentos, de princípios químicos bem definidos e, hoje industrializados, para combater sintomas e moléstias sofridas pelos pacientes.

Mas, o médico Christian Friedrich Samuel Hanneman (1755-1843), faz uma interessante proposta para tratar seus pacientes. Tem como princípio a similitude. Neste princípio, a proposta é tratar um sintoma, fornecendo ao paciente, uma substância que cause num indivíduo saudável, o mesmo sintoma que experimenta o paciente a que se pretende tratar. Já temos aí uma grande diferença entre a alopatia e a homeopatia, que é esta nova proposta trazida por Hanneman.

Mas não paramos por aí... Hanneman ainda vai além... Ele aplicou os elementos ativos usados como medicação à diluições, ou seja: pegou uma quantidade de 1X de elemento ativo e dissolveu em 10X de água. Após, isso, pegou 1X dessa solução e dissolveu em mais 10X de água e por aí vai... A esse processo, a homeopatia vai chamar de Dinamização.

Para sua surpresa, Henneman descobriu que quanto maior o número de dinamizações, maior ainda era o efeito desse medicamento. Esse processo, contraria um princípio da química e da física, conhecido como constante de Avogadro. Essa constante, em curtíssimas palavras, representa um valor mínimo a respeito da menor quantidade de um elemento(átomos, moléculas, íons e elementos deste tipo). Isso quer dizer que em algumas dinamizações, não “haveria” naquela água(ou no soluto), qualquer mínima quantidade do medicamento ali dissolvido.

Mas, o que acontece realmente é que a Homeopatia, apesar de algumas adversidades científicas, existe e tem sobrevivido ao longo do tempo e dos ataques. Isso quer dizer que ela tem apresentado resultados positivos, caso contrário, teria sido esquecida ao longo da história.

Essa forma de repensar a maneira de tratar um paciente, nos leva a repensar aspetos como a interação saúde-doença e sobretudo, aspectos que vão além do corpo físico. Só porque não é visível e não é tangível, não quer dizer que não possa existir. A gravidade não é visível, as interações nucleares e o eletromagnetismo também não o são. Mas seus efeitos são notáveis e precisos!

Enquanto, muitas vezes, a alopatia trata um sintoma, a homeopatia atua em algo que se situa em outros territórios, ainda pouco estudados pelas academias.

Essa forma de repensar o que era visto como rotina e, atuar em territórios de outros domínios, tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida da humanidade, com resultados muitas vezes, acima do esperado e do aceitável.

O que não é aceitável é não repensar...


As fotos são, de cima para baixo: Hanneman e Medicamentos Homeopáticos.

domingo, 5 de julho de 2009

Grandes barbudos da humanidade

Ao longo da história, grandes homens passaram por aqui.
Alguns deixaram colaborações, legados memoráveis para o progresso e desenvolvimento humano, em seus diversos aspectos.
Já outros, deixaram páginas manchadas de sangue em guerras e conflitos infundados.
Mas, alguns valem à pena serem lembrados por nós. Vejamos um deles!
Conta a história que um ateniense eminente procurou uma pitonisa, tão famosa quanto o primeiro, para perguntar ao oráculo qual o mais sábio
dos atenienses. E a resposta veio curta e clara: Sócrates. Indignado, o homem retrucou, já mal humorado: Mas por que Sócrates? E a para sua surpresa, a resposta foi na verdade, um memorial à filosofia socrática: ”Porque ele sabe, que só eu sei, que ele não sabe nada.”
Sócrates (469-399 AC) foi um importantíssimo filósofo ateniense, o pai da filosofia ocidental. Sua obra foi produzida através de uma técnica chamada Maiêutica, onde através de conversas o indivíduo é induzido a retirar do próprio raciocínio conhecimentos para solucionar seus problemas e sanar suas dúvidas. Método que hoje extrapola os campos da filosofia, para atuar como prática no campo da psicologia.
No momento da sua morte, há um diálogo que até os ventos pararam para ouvir...Depois te tomar cicuta em grande quantidade, um discípulo se dirige a ele: mestre, o senhor ainda tem cerca de 1 hora. Ah, o que é 1 hora para quem tem a eternidade? E prossegue dizendo: Devo um galo a Esculápio, não se esqueça de pagar. Era uma dívida referente a uma cura promovida pelo deus da medicina.
Muitos tiranos, provavelmente 70, foram os responsáveis pela condenação de Sócrates à morte... anônimos...a história os esqueceu... Seu discípulo o pergunta em seus últimos instantes: mestre aonde o enterraremos? O corpo, joga fora onde quiser. Sócrates não está nele.
...E não estava mesmo! Sócrates foi imortalizado no tempo e na história como um grande colaborador da humanidade, tendo escrito importantes páginas no livro da civilização. Não ficou no passado, está no presente e no futuro...


As figuras são, de cima para baixo: Escultura de Sócrates em exposição no Louvre e, afresco "A escola ateniense" de Rafael.


sábado, 27 de junho de 2009

A Comunicação e a Adaptação dos seres vivos.

Foi no período cretáceo, há cerca de 145 milhões de anos atrás que o mundo assistiu àqueles que talvez tenham sido os 2 últimos grandes cataclismos. Os dinossauros estavam no auge do seu domínio, quando, segundo as principais teorias, um meteorito caiu na crosta, provavelmente em Yucatán no México. Esse acontecimento provocou de imediato muitas mortes e, mais lentamente, tendo levantado uma grande quantidade de poeira, obscureceu o sol, provocando a morte de seres dependentes diretos da luz e em seguida, esse evento vai provocar a Era Glacial.

Mas, como estamos aqui hoje, é fato que a vida sobreviveu. E podemos ir além, dizendo que a vida se adaptou. Alfred Russel Wallace e Charles Darwin construíram teorias sobre a evolução das espécies(e o homem é uma delas), que trata sobretudo, da capacidade de adaptação dos seres vivos.

Mas, para que haja adaptação, é necessário que haja transmissão de informações, conteúdos e comportamentos... Inicialmente, em espécies de comunicação limitada, esse processo se deu lentamente, mas ainda sim, aconteceu. No ser humano, esse processo é extremamente dinâmico, sobretudo depois da escrita, que imortalizou a língua, registrando-a em pedras, madeiras, papiros, papeis, gravadores e computadores, etc.

O processo de transmissão de cultura dos povos evoluiu ao longo do tempo, de acordo com os meios, com as necessidades e com isso, a própria língua evolui, se adaptando às necessidades de cada tempo.

Com o mundo em processo de intensa globalização, a necessidade de uma língua que atenda às diversas culturas e idiomas é fato. Nesse ínterim, sem que muitos tenham conta, nasceu o “internetês”, que de uma ou de outra forma, tem transmitido as informações entre os internautas.

Poucos sabem, infelizmente, que a própria palavra distorce o entendimento... a palavra escrita ou falada é fonte de mal entendidos...

Porém há uma forma de comunicação, já universalizada desde o princípio dos tempos que é a arte, em suas diversas manifestações. Haja visto, que as primeiras formas de comunicação encontradas foram as pinturas rupestres e não palavras propriamente dito.

A pintura, a música, a escultura nas mãos dos artistas, contam histórias sobre tempos e eventos que a história não é capaz de contar. Uma obra de arte não necessita de traduções, adaptações culturais, nem nada que a altere o corpo. Ela fala por si só, transmite a informação muitas vezes, direto à alma do observador. E vai além, transmite a emoção... São imortais ao longo do tempo, por que a arte não se guarda em 4 dimensões...

É a obra dos imortais, que a gente sente uma vez e não se esquece nunca mais...

As figuras são, de cima para baixo, uma cadeia de DNA e a Virgem das Rochas de Leonard DaVinci.