
No dia 8 de janeiro do ano de 1823, nascia na cidade de Usk, no país da Gales, um grande naturalista, biólogo e antropólogo que o mundo viria a conhecer como Alfred Russel Wallace.
De início, apesar de ser filho de uma família de classe média, Wallace encontrou sérias dificuldades em estudar, porque sua família logo declinou economicamente e Wallace vê-se obrigado a ir morar e trabalhar com seu irmão mais velho, que atuava na construção civil.
A história mostra, e nem é nas entrelinhas, que as maiores figuras da humanidade, em seus diversos campos de atuação, enfrentaram grandes dificuldades em “freqüentar” escolas e academias. Teriam sido esses “protegidos” de um aporte de idéias preconcebidas e/ou uma educação castradora? Fica a pergunta para quem sabe, a própria história responder...
Mas o fato é que Alfred Russel Wallace não foi uma exceção neste aspecto. Contudo, Wallace foi influenciado, através da leitura de outros pesquisadores a naturalistas, como Alexander Von Humboldt, Willian Henry e Charles Darwin a viajar para coletar e catalogar espécies. Era relativamente comum, homens que coletavam espécies para vender a escolas, institutos ou curiosos.
Viajou ao Brasil, a bordo do “barquinho” Mischief, tento realizado pesquisas na Amazônia, Rio Negro e Belém do Pará. Depois que quase 1 ano em terras brasileiras, voltou à Europa, mas, o futuro guardava-lhe surpresas, que de fato, mudariam muitas coisas no futuro da sua obra! O barco em que ele estava incendiou e, Wallace e outros, se viram logo num bote, por dias, até serem resgatados. Praticamente tudo foi perdido naquele incêndio, menos partes de seu diário, com anotações importantes e alguns poucos espécimes.
Chegando na Europa, Wallace escreve os relatos daquela viagem e pesquisa; programa logo, outras viagens exploratórias, contudo, seu principal objetivo agora é a pesquisa sobre a origem do homem e a seleção natural das espécies.
Relatos históricos mostram que Alfred Russel Wallace tinha uma teoria sobre a evolução das espécies pronta antes daquela divulgada por Charles Darwin, mas este, ao saber da teoria de Wallace, publica logo a sua, antes que Wallace o fizesse.
Hoje, já é reconhecida a teoria de Wallace, tanto que, nos compêndios modernos, estuda-se a teoria da evolução das espécies de Darwin-Wallace, em reconhecimento a esse pesquisador.
Contudo, ainda falta uma questão a ser citada, que é em torno da religiosidade de Wallace. Alfred Russel Wallace era espiritualista e afirmava que a seleção natural das espécies não poderia explicar algumas faculdades humanas, como o gênio matemático ou artístico ou ainda, a capacidade que tem o homem de contemplar o belo.
Wallace ainda vai alem, dizendo que acreditava no “mundo invisível dos espíritos” e a intervenção deles no nosso mundo em pelo menos 3 momentos da humanidade: na criação da vida a partir da matéria inorgânica; na inteligência dos animais superiores e na geração das faculdades diferenciadas do espírito humano.
O trabalho de Alfred Russel Wallace propõe reflexões que merecem nossa apreciação. Reflexões que nos remetem não somente às origens da espécie humana, mas também e sobretudo ao objetivo dessa espécie, visto que, fica evidenciado em diversos caracteres especiais desta espécie, a quase inimaginável capacidade humana.
As fotos são, de cima para baixo: Alfred Russel Wallace e o livro: Seleção Natural, de Alfred Russel Wallace.